sexta-feira, 17 de abril de 2009

Capivaras são flagradas na Barra

Fabiana Rocha



Há dois anos elas eram apenas quatro, mas hoje o número de capivaras que vivem no Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, subiu para 16. O grupo é integrado por alguns roedores adultos e seis filhotes, que já nasceram no bairro da Zona Oeste. As capivaras costumam caminhar vários metros se alimentando da grama que cerca a ciclovia. Os passeios normalmente são feitos à noite, mas por causa dos filhotes e da boa convivência com a vizinhança, elas podem ser flagradas se alimentando durante o dia.

O encontro com esses animais já faz parte da rotina de quem passa pelo canal, mas todo cuidado é pouco. O maior roedor vegetariano do mundo pode se tornar agressivo e transmitir doenças infecciosas que chegariam a matar uma pessoa.

Mesmo correndo riscos, os moradores e frequentadores do Canal de Marapendi escolheram conviver pacificamente com o animal. Em novembro do ano passado, mais de 300 pessoas participaram de uma caminhada organizada pela
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em prol de sua preservação.

Preservação da espécie depende da despoluição do canal

A preservação das capivaras depende diretamente da despoluição do Canal de Marapendi. O esgoto que jorra no canal é alvo de pelo menos dez procedimentos da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), sendo oito inquéritos, que apuram as responsabilidades sobre o crime ambiental. De acordo com técnicos da delegacia e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), um dos poluidores seria o Hotel Sheraton. Por causa da pressão da delegacia, condomínios e estabelecimentos estão procurando a Cedae para ligar suas estações de tratamento à rede pública.

— Temos que conscientizar a todos sobre o absurdo que é o lançamento de esgoto. Você tem jacarés, famílias de capivaras, fauna e flora fantásticas no Canal de Marapendi. Muitos dos moradores e dos hóspedes não têm noção de que o esgoto não está sendo plenamente tratado. Os condomínios que não buscarem solucionar o problema ou que não os corrigirem 100% continuarão a ser alvo de ações policiais — avisa o delegado Fernando Reis, da DPMA.

A pena para poluição hídrica é de um a cinco anos de prisão. Segundo o ambientalista David Zee, vice-presidente da Câmara Comunitária da Barra, sem despejo de esgoto, em apenas 15 dias, as águas do Canal de Marapendi voltariam ao normal.

Fonte: sites O Globo e A Folha do Bosque

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