A Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio de Janeiro, é um dos pontos turísticos e cartões postais mais bonitos da cidade. Quem passa pelo local logo pela manhã, tem o privilégio testemunhar o espetáculo oferecido pelos pássaros enquanto se alimentam de peixes. O movimento dos integrantes do bando, que se alternam entre mergulhos e piruetas no ar, transformam esse fenômeno da natureza em uma coreografia harmoniosa e bonita de se ver.
Os pedestres e ciclistas que passam pela ciclovia da lagoa têm ainda a oportunidade de encontrar outras espécies de aves que vivem no local. A presença desses animais prova que, mesmo poluída, a lagoa oferece matéria orgânica (fragmentos de vegetação e de animais) que serve de base alimentar para as diversas espécies de carangueijos, camarões, peixes e répteis, além de inúmeras aves, como biguás, garças e patos. Tanto que o aumento ou descréscimo das populações de aves aquáticas tem sido usado como indicador da qualidade da água e, consequentemente, da qualidade ambiental.
Com 9,5 quilômetros de contorno, a Lagoa Rodrigo de Freitas está ligada ao mar pelo canal do Jardim de Alah, que separa o Leblon de Ipanema. Suas águas, embora poluídas, são o local preferido dos remadores. Ao seu redor, é possível encontrar clubes tradicionais do remo, como Flamengo e Vasco (sede náutica), e outros de lazer, como Caiçaras e Piraquê. A lagoa ainda conta, em suas margens, com ciclovia, pista de cooper, playgound, quadras esportivas e um pequeno centro gastronômico distribuído por quiosques que oferecem de comida italiana a japonesa. Anexo está o Parque da Catacumba, que expõe ao ar livre 30 esculturas de artistas brasileiros e estrangeiros.
Mesmo com projetos de despoluição, lixo continua aparente
De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Lagoa jamais esteve em condições tão favoráveis. Desde 2006, o índice de coliformes fecais que mede a balneabilidade caiu 92% (de 16 mil para 1.300 por litro). Isso significa que está a apenas 300 coliformes do padrão próprio para o banho. Em muitas análises, o número encontrado é equivalente ao de praias limpas do Rio. Uma confirmação desse dado é o fim das grandes mortandades de peixes, que não ocorrem desde o verão de 2002.
No entanto, o despejo ilegal de esgoto e a falta de educação da população ainda contribuem para piorar a poluição da lagoa. É comum encontrar lixo nas margens, como sacos e garrafas que são jogadas pelos próprios pedestres e ciclistas que passam pelo local.
Eike Batista promete despoluir a Lagoa em 2 anos
Para a alegria dos cariocas e ambientalistas, o Grupo EBX, do empresário Eike Batista, iniciou um projeto de recuperação ambiental com o objetivo de despoluir a Lagoa Rodrigo de Freitas em até 30 meses. A conclusão deve acorrer em setembro de 2010. Batizado de Lagoa Limpa, o projeto prevê investimentos em torno de R$ 28 milhões, que serão suportados pelo grupo do empresário. Estão previstas obras de infra-estrutura e ações em toda a Lagoa, desenvolvidas em parceria com os órgãos públicos responsáveis pela área.
Durante uma entrevista recente, Eike Batista convidou a jornalista Márcia Peltier para nadar com ele na Lagoa depois da conclusão do projeto, que deve durar dois anos e meio. Como a entrevista foi esse ano, isso transfere a data de conclusão para 2011. Eike explicou que o projeto está atrasado por causa da burocracia do governo, que demora a liberar a licença das obras.
Segundo informações do site da EBX, de setembro de 2008 a fevereiro de 2009, foram retiradas 365 toneladas de algas da Lagoa Rodrigo de Freitas. Neste período, foram coletadas pela equipe de trabalho entre 608 kg e 834 kg de algas por dia. O excesso de algas está associado ao desequilíbrio ecológico da Lagoa, provocado pela poluição, e sua retirada contribui para a recuperação do ecossistema.
Fonte: O Globo, Ambiente Brasil, Guia da Semana, Grupo EBX.
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